Juliana Venites - Fonoaudióloga

Fonoaudiologia e Envelhecimento

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Pacientes que utilizam sonda: há necessidade de se estimular a deglutição?

Com a melhora no diagnóstico de doenças, o mais fácil acesso à saúde e o aumento da expectativa de vida, doenças neurológicas como Alzheimer, Parkinson e os derrames (acidentes vasculares encefálicos) são cada vez mais freqüentes em nossa realidade. Muitos destes pacientes apresentam como seqüela problemas para se alimentar, caracterizando um quadro chamado de disfagia. Em diversos pacientes este conseqüência é tão severa que impede que o paciente de alimentar-se normalmente, gerando desnutrição, pneumonias e até mesmo a morte.

Em função desta dificuldade, a equipe médica opta por alimentar o paciente através de uma sonda naso-enteral ou através da gastrostomia. A sonda naso-enteral é um tubo flexível inserido no nariz que levará o alimento para o duodeno, primeira porção do intestino delgado. Os livros e artigos científicos recomendam que deve ser utilizada no máximo por um mês, mas na prática clínica verificamos pacientes que ficam até 4 meses com esta via de alimentação.

A gastrostomia é indicada para pacientes que não poderão comer por longos períodos. É colocado uma espécie de botão no abdome do paciente, onde ele receberá a dieta diretamente no estômago. Este procedimento é bastante simples e realizado por via endoscópica. Configura-se como a melhor forma de alimentação para estes pacientes, pois o botão fica por baixo da roupa, não expondo e não comprometendo a estética do idoso; além de manter o esôfago fechado, o que não ocorre quando utilizamos a sonda.

O que muitas famílias e profissionais da saúde desconhecem é a extrema importância de estimular-se a deglutição quando o idoso não pode comer. Isto porque, mesmo o alimento não estando presente, a saliva permanece na boca e se não deglutida adequadamente, pode também gerar pneumonia.

O fonoaudiólogo é o profissional que realizará este trabalho a fim de que o idoso, mesmo com uma doença degenerativa permanece capaz de realizar esta função. Outro aspecto trabalhado nesta terapia é a estimulação do prazer gustativo em pequenas quantidades que não causem riscos.

Numa fase onde o doente geralmente não anda, não fala, oferecer um estímulo que lhe cause prazer torna-se uma atividade simples mas de fundamental importância, muitas vezes uma das poucas tarefas que relembrem o que ele gostou, ou seja quem um dia ele era.

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