O dia do Idoso
No dia 01 de outubro de 2003 foi sancionado pelo presidente da república o Estatuto do Idoso. Desde então, instituições e profissionais comemoram o dia do idoso todos os anos nesta data.
A maioria das pessoas desconhece este fato. A falta de divulgação reflete o quanto o envelhecimento está permeado pelo preconceito. O mundo altamente tecnológico de crianças e jovens excluem os velhos que não tem familiaridade com estas inovações. Percebemos que são poucos que demonstram paciência para apresentar este novo contexto ao idoso.
Grande parte dos ambientes freqüentados por adultos, como restaurantes, bares, lojas e eventos artísticos geralmente são pouco convidativos ao idoso: aqueles que apresentam necessidades especiais encontram dificuldade no acesso por falta de rampas e espaços comportem cadeiras de rodas; os que não têm estas dificuldades, algumas vezes relatam olhares de estranhamento e reprovação dos demais freqüentadores. O preconceito encontra-se até entre os próprios idosos. Soube recentemente por um advogado idoso que é possível mover processo por dano moral por ser chamado de velho. Hoje, ser “velho” é ofensivo.
Isso talvez explique o motivo pelo qual esta data não foi explorada pelo comércio, como o dia das crianças, por exemplo. No começo de século XX, nossa cultura pregava que os jovens deveriam aprender com os velhos. Já no começo deste século são os velhos devem aprender com os jovens. Assim, os velhos de hoje encontram-se descontextualizados, numa luta desigual contra o tempo: a tentativa de manterem-se sempre jovens.
Certamente, muitas famílias dispensam aos seus idosos excelentes condições de saúde e tratamento digno. Entretanto, é de fundamental importância que o dia do idoso possa trazer reflexões sobre o envelhecimento e seu papel na sociedade.