Cuidando do cuidador
Acabo de finalizar a leitura do livro “Sete histórias de Alzheimer” escrito por Marcio F. Borges, que através de casos reais, explica de forma agradável e direta a evolução, características e nuances importantes desta doença, buscando o bem estar do paciente e de todos envolvidos com ele. Percebo a necessidade de mais uma vez utilizar esta coluna para falar com o cuidador, a pessoa fundamental no sucesso deste trabalho.
Atualmente estima-se que 36 milhões de idosos no mundo apresentam demências, sendo a de Alzheimer a mais freqüente. Com mais pessoas envelhecendo, a previsão é que este número cresça para 66 milhões daqui a 20 anos.
Diferentemente de outros países, no Brasil a maioria dos doentes vive com suas famílias. Assim, como costumamos dizer: no Alzheimer não é só o idoso que adoece, a família adoece junto. Em grande parte, isto ocorre devido à falta de conhecimento do percurso da doença. Para os profissionais envolvidos, cuidar do cuidador é o primeiro passo para que o tratamento seja eficiente.Se você cuida de uma pessoa com Alzheimer ou outra demência, procure:
- Mantenha uma rotina. Além de o paciente ficar mais calmo, procure inserir atividades que façam você relaxar ou lhe causem prazer;
- Tenha senso de humor: não zombe do paciente, mas alegria e o riso minimizam o peso do cuidado e o tornam mais leve;
- Peça ajuda: aos profissionais e outros familiares. A tendência é que a falta de conhecimento afastem as pessoas da família;
- Não se sinta culpado se estiver cansado e triste. É natural. Orgulhe-se deste trabalho.
- Não perca sua individualidade. Todos necessitam de um tempo só para si.
- Procure um grupo de apoio mais próximo a sua cidade: Ongs como a Abraz oferecem este aconselhamento que é de extrema valia para você e para o paciente;
- Você merece afeição, consideração, perdão e aceitação de sua família e da comunidade.